sábado, 16 de outubro de 2010

Falando sobre EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

16 de outubro
 
Citação
Falando sobre EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
 
Citação

ANGELICA
BORGES, F. T. ; SOUSA, A. N.; VIANA, E.F.V.; O professor de EAD, significados e Contradições.  7º. Congreso Internacional de Educação, 2010, Havana, Cuba.

Este artigo foi escrito a partir de um projeto de pesquisa de iniciação científica, com bolsa da FAPITEC, SE, utilizando-se alguns resultados apresentados na conclusão da pesquisa.

O texto retrata as dificuldades encontradas por professoras presenciais em transitar para a Educação à Distância. A partir de entrevistas realizadas com professores presenciais e da EAD, o estudo teve como objetivo investigar os significados e conflitos que orientam o comportamento do professor da EAD da Universidade Tiradentes.
Este artigo inicia descrevendo o que é a EAD, que tem como característica a distância, a ausência da sala de aula presencial e enfatizando a relação com o professor mediada por outros processos de comunicação não corporais, sem “ver o outro” de forma presencial, apenas virtual.
A partir daí os autores fazem uma reflexão sobre a história da educação formal constituída pela presença física do professor-aluno para que haja a aprendizagem e levantando um questionamento em relação à garantia desta aprendizagem, da produção do saber e do conhecimento através apenas da presença do professor.
O texto aborda o modelo da EAD implantado pela Universidade Tiradentes, tendo a tutoria e a mediatização como pilares, que os diferencia de outros cursos onde o tutor aproxima-se do modelo de professor presencial. Foi constatado através de entrevistas, a existência de dificuldades e desconfianças dos professores e gestores em se adaptarem ao novo sistema, permanecendo algumas idéias relacionadas à redução da qualidade de ensino e de postos de trabalho. Mesmo assim, a instituição conseguiu de 2000 a 2006, incorporar mais de 30% dos professores em ações de formação de tutoria e outras especialidades dos cursos à distância.
Este estudo foi orientado pela abordagem teórica da psicologia Histórica-Cultural e do dialogismo, por acreditar que o ser humano se constrói num ambiente-sócio-histórico-cultural. De acordo com o texto, os autores “entendem que os contextos da EAD movimentam significados do ensino presencial fazendo com que na construção do professor desta modalidade haja a necessidade de identificar e re-significar formas de ser e de agir como professor orientado por estes significados que circulam neste ambiente”.
A construção dos dados foi feita através de entrevistas narrativas e episódicas  sobre a história  de vida, da atividade de docência presencial e na EAD. Neste estudo foi utilizado a metodologia qualitativa para a construção dos dados, envolvendo os processos de construção da atividade docente, histórias de vida, narrativas e relação do pensamento e da linguagem.
A partir das análises das entrevistas é percebido que os professores entrevistados começaram na EAD através da própria história da instituição em que trabalham, pois todos ministram disciplinas presenciais como na EAD, destacando semelhanças e diferenças em relação às duas modalidades de ensino.
A ênfase na descrição da estrutura da EAD parece ser uma alternativa cognitiva para si próprio para entender seus comportamentos e sua adaptação frente à educação à distância. O principal conflito destacado pelos professores entrevistados é a dificuldade com a qualidade de alunos, a quantidade de atividades desempenhadas, a falta de tempo e de planejamento antecipado. Para os autores, esta modalidade de ensino  ainda que não seja nova (atual), quando os professores passam a fazer parte dela, ela aparece como uma novidade quando comparada com suas histórias de vida e acadêmica, uma vez que suas maiores experiências centram sobre o ensino presencial, tanto ao serem estudantes como professores.
Para eles,  o ensino à distância coloca novos desafios e também dilemas antigos da própria forma de pensar e fazer a educação necessitando pesquisas e estudos específicos  que ajude a ampliar as percepções sobre o ensino, aprendizagem e suas modalidades.

Comentários pessoais
Escolhi este texto na intenção de mostrar uma pesquisa que demonstre resultados encontrados bem próximos da nossa realidade, um trabalho produzido na instituição em que estudamos. Como está sendo visto em muitos textos no decorrer desta pós-graduação, existem poucas pesquisas que retratem as dificuldades dos professores na adaptação ao ensino à distãncia de uma forma mais subjetiva, relacionada a questões pessoais. Na maioria das leituras feitas até agora, percebemos falarem das necessidades do professor em se adaptar às exigências das instituições, ao uso de outras mídias não utilizadas em sala de aula presencial, ao mercado de trabalho.
Decorrentes destas  cobranças, das necessidades,  surgem os medos, as inseguranças e recusas em aceitarem estas novas formas de mediar o conhecimento e principalmente em se adaptarem às mudanças necessárias à nova educação, que possibilita novas formas de conhecimentos, de aprendizagens que podem ser utilizadas também nas aulas presenciais.

Angélica Piovesan, acadêmica do curso de Pós-Graduação em “Docência e Tutoria em Educação à Distância”.

3 comentários:

  1. Olá, Amiga,
    Muito interessante a pesquisa, mostra a realidade da educação a distancia no Estado de Sergipe e visão dos educadores em relação a essa nova modalidade. Mostra a angustia de estar sendo guiados por planejamentos cruelmente Muito interessante a pesquisa, mostra a realidade da educação a distancia no Estado de Sergipe e visão dos educadores em relação a essa nova modalidade. Mostra a angustia de estar sendo guiados por planejamentos cruelmente prontos e determinados, em metodologias quase que castradoras da cristividade do Professor-tutor e do Professor-Professor. Marisa M.U.Espindola

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  2. O olhar sobre as angústias do professor diante do mediatizar através das TICs é algo novo realmente. Cobranças e adaptações fazem parte do "novo" mundo de trabalho do docente. Porém, é quando vejo a necessidade cada vez maior do uso de uma metodologia diferenciada no presencial, através da prática de uma pedagogia mais tecnológica, para que o docente esteja relativamente preparado a exercer suas atividades em novos Ambientes de Aprendizagem.

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  3. Sabe-se que as novas tecnologias estão exigindo dos responsáveis pela educação um novo modelo de ensino. Percebemos que hoje o professor, mesmo com suas inseguranças, não pode e nem consegue fugir dessa cibercultura. Por isso, a sua atuação enquanto professor a distância deve estar atrelada a um treinamento adequado, que tenha como base, sobretudo, questões de ordem interacional e psicopedagógica.

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