sábado, 16 de outubro de 2010

ARTIGO
EAD NO BRASIL
Marisa Marchi Uchôa Espíndola


Tenho verificado em estudos e pesquisas que o Ensino a Distância, apesar de mais de um século de existência, vivencia hoje o maior momento de sua história. Os investimentos públicos e particulares neste âmbito, tanto na área do processo ensino-aprendizagem, como na pesquisa desses processos tem-se intensificado. A cada dia, mais profissionais se dedicam a sistematização dessa modalidade educacional.
As transformações, cada vez mais aceleradas, dominam os espaços educacionais e contaminam toda uma sociedade de ensinantes e ensináveis, transformando-os em construtores e construídos, num processo cada dia mais autônomo, rompendo os paradigmas das loucuras de um passado de uma educação castradora e autoritária.
Na atualidade cotidiana brasileira, de novos tempos, temos sido, docentes e discentes, colocados nos processos de ensinagem como apreendentes que aprendem, que necessariamente, como exige o processo, buscam o conhecimento por sua própria iniciativa e vontade. Num exercício de ação voluntária exercita a reflexão do saber e dobra-se aos poucos ao novo e cresce.
O Ensino à Distância chega com toda força para revolucionar e definitivamente, mudar os significados de leituras feitas ao longo da história. Numa dialética entre ciência tecnológica e objetivos educacionais, num processo de criação pessoal e subjetiva, onde a didática precisa envolver o saber mobilizado nos diversos meios midiáticos e sociais.
Em dados verificados pelo INAF 2007, 32% de da população brasileira se encontrava em estado analfabetos funcionais, em compensação verificamos que ¾ de nossas escolas brasileiras já possuíam internet e mais da metade não possuiam biblioteca. Isso muito nos preocupa e nos reporta a Paulo Freire (1980) que dizia que para compreender os níveis de consciência, devemos considerar a realidade histórico-cultural como uma superestrutura em relação com uma infra-estrutura. Observamos um estado de coisas que reforçam a cultura silenciosa do oprimido culturalmente dependentes por sua fragilidade emocional de culpabilidade instaurada em sua ignorância cognitiva. E o medo do novo começa pela própria estrutura de nossa educação.
O governo federal vem em ações tentar mudar esses paradigmas, implementando diversos projetos e sistemas. Com a criação pelo MEC em 2005 a Universidade Aberta do Brasil (UAB), com enfoque na capacitação de professores inicia-se uma nova era e fortalece o ensino a distância. Expandindo as ações no âmbito educacional e dando oportunidade de inclusão de alunos com menores rendas. Em 2008 foram verificados 760.599 matrículas em cursos de EAD no Brasil, isso mostra uma revolução nos padrões educacionais e nos reporta a academia. As demandas hoje de inclusão digital exigem estudos mais apurados e profundos dessa nova modalidade. Repensando metodologias e novas estratégias pedagógicas.
Vejo na EAD possibilidades infinitas de inclusão social, uma nova esperança para os pequenos cegos e excluídos do letramento, tirando-os da errônea visão de homens marginalizados, e trazendo-os a conquistar a clara visão de sua história social e cultural.

2 comentários:

  1. É fato que avanços tecnológicos e grandes investimentos estão presentes na EAD de hoje. Porém, há também muitas rupturas de velhas concepções pedagógicas a serem empreendidas na educação. Em EAD muitos buscam o conhecimento por sua própria iniciativa, mas poucos conseguem a autonomia necessária e imprescindível.
    Infelizmente, e paradoxalmente, a educação (em geral), ainda vive as tecnologias com práticas pedagógicas obsoletas.

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  2. Penso que estamos num processo de crescimento e conseguindo excelentes resultados quando se faz EaD com qualidade. Todavia, acredito que é num futuro próximo que desfrutaremos de uma realidade mais sólida na Educação a Distância, alcançando resultados mais benéficos nas variáveis quantitativas e qualitativas.

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